Na edição passada desta FOLHA, registramos 5 acidentes envolvendo motocicletas, contabilizando 8 vítimas. Na página 13 desta edição, mais cinco motos envolvidas em colisões.

Obviamente, não é exagero mencionar que elas sejam veículos perigosos, embora sejam importantes como instrumento de locomoção e trabalho, em função da rapidez de mobilidade e do acessível custo de aquisição e de consumo de combustível.

Os acidentes envolvendo motocicletas respondem com mais da metade dos óbitos por ano em nosso país, com alguns agravantes: enquanto 7% dos acidentes em automóveis são fatais, esse percentual sobe para quase 70% quando envolvem motocicletas, como apurou a Associação Brasileira de Medicina de Tráfego/Abramet, tendo este acréscimo:

- Pelo Brasil afora, são 33 motociclistas mortos por dia, na maioria homens (89%) e jovens (entre 20 e 24 anos).

A Abramet utilizou dados do Ministério da Saúde para apurar que, entre mar/2020 e jul/2021, registraram-se 308 mil internações de pessoas envolvidas em sinistros de trânsito em todo o país. As vítimas dos acidentes de moto representaram 54% desse total e, já há algum tempo, o cenário indica o quanto este grave problema de saúde pública afeta condutores de motos e seus passageiros.

Sobre as causas dos acidentes com motos, as autoridades citam: excesso de velocidade; condução sob influência de álcool e drogas; falta de observação da sinalização ao efetuar manobras; ultrapassagens irregulares e em locais de pouca visibilidade; e falta de uso do capacete.

Diversas publicações de especialistas em trânsito concordam com este raciocínio: são necessárias estratégias públicas de prevenção de acidentes, passando por fiscalização sistemática - especialmente em vias urbanas - e controle da velocidade.

Acena-se ainda para mudanças no planejamento da infraestrutura viária, de acordo com as características e necessidades de cada município (para criar corredores de motos, por exemplo). Indicam-se campanhas educacionais sobre o comportamento dos condutores de motos, num desafio tão complexo quanto urgente. Vemos, portanto, que nossas autoridades não podem esquivar-se desta missão.