Neste 31/3 completaram-se três anos da aprovação federal da lei que criminaliza o stalking, ou seja, “o ato de perseguição contínua a uma pessoa, seja física ou virtualmente, ameaçando-lhe a integridade física ou psicológica, restringindo-lhe a capacidade de locomoção ou, de qualquer forma, invadindo ou perturbando sua esfera de liberdade ou privacidade”.
Como divulgamos (leia aqui), esta foi exatamente a situação da mulher riocasquense que denunciou seu ex-companheiro.
Não por acaso, em 31/3, a Folha de São Paulo divulgou levantamento revelando que no ano de 2023 o Brasil registrou 79,7 mil casos de stalking envolvendo mulheres, ou seja, a cada hora 9 mulheres buscaram uma Delegacia de Polícia para denunciar o crime.
Ao todo, foram 93,1 mil casos em 2023. Este total representa aumento de 38,5% da quantidade de ocorrências em relação às do ano anterior, que foram 67,2 mil. Os números têm como base boletins de ocorrência enviados pelas Secretarias de Segurança dos Estados (exceto Paraíba).
Especialistas explicam que via de regra os criminosos são ex-companheiros e ex-maridos que não aceitam o fim do relacionamento. Além do mais, o crime está inserido numa espécie de dinâmica das violências domésticas e não costuma ser fato isolado. Outros dados divulgados:
- As mulheres são as maiores afetadas pelo crime de stalking. Elas já registraram 169 mil denúncias ao longo dos últimos três anos, enquanto os homens somaram 28 mil.
- As denúncias que envolvem mulheres representaram 85,7% de todos os casos de perseguição no Brasil no ano passado. Já as denúncias vinculadas a homens representaram 14,3% de todas as ocorrências no último ano (13,3 mil).
O mais grave no cenário é que o stalking tem uma progressão criminosa, que pode ter desfechos trágicos, incluindo o feminicídio. Por isso, a orientação das autoridades é para que a vítima procure uma Delegacia de Polícia logo no início da perseguição, levando provas, como prints de mensagens, publicações, gravações e até imagens de câmeras de monitoramento.
Fica o alerta!