CIDADE

Antes da eleição, a Coplacan anula novo contrato de aluguel com o Poupy

22/02/2024 16:35




Na assembleia de 16/2 (foto), convocada pelo Conselho Fiscal da Cooperativa Regional Mista dos Plantadores de Cana/Coplacanfoi anulado o novo vínculo de aluguel com Supermercados Poupy. Na Justiça, contestou-se a eleição desta quinta (22/2).

No final da tarde, a juíza Narlla Carolina Moura Braga Coutinho, da 1ª Vara Cível da Comarca de Ponte Nova, decidiu suspender o processo eleitoral ao acatar requerimento de cautela tutelar antecedente por parte do Conselho Fiscal da Coplacan. Estavam na disputa duas chapas encabeçadas por José Maria Leal (candidato à reeleição) e Romeu Pereira Campos.

Os conselheiros reivindicaram a suspensão do pleito, apontando a convocação dos associados há 27 dias (e não 30, como prevê o Estatuto da entidade).

No procedimento de cautela tutelar antecedente enviado à 1ª Vara Cível, Renato Campos (procurador jurídico do Conselho Fiscal da Cooperativa) mencionou que “o novo contrato de aluguel é extremamente lesivo”, tendo valor defasado em cerca de 50% em relação ao valor de mercado. Para ele, o processo eleitoral “a toque de caixa” é tentativa de “eleger novos diretores que não sejam dissonantes em relação à negociata explícita” com o Poupy.

Grave polêmica

Na assembleia extra de 16/2, os filiados votaram - por maioria - pela anulação do citado contrato de aluguel (passando de R$ 35 mil para R$ 50 mil/mês) de loja, estacionamento e depósitos de Supermercados Poupy em boa parte do espaço da sede da Cooperativa, no bairro Santo Antônio/Palmeiras.

Alegou-se, entre outras coisas, que o novo vínculo - sem conhecimento do Conselho Fiscal - favoreceria interesses do Poupy e tem assinatura, pela Coplacan, do presidente José Maria e do diretor-gerente, Itamar Pinto Coelho (e não do diretor-tesoureiro, Gentil Sampaio Neto). 

 Conselho denuncia

A denúncia partiu do Conselho Fiscal da entidade, representado por Ramon Aparecido Brandão Sampaio, alegando o seguinte: apesar de estar em plena vigência o contrato - datado de março/2016, válido até junho/2031 e sem reajuste há dois anos -, foi substituído por outro, desde 1º/12/2023, com alterações supostamente irregulares, com vigência até 2038.

Parte das acusações

José Maria Leal ouviu considerações sobre a expansão da área do Poupy - inclusive no estacionamento - limitando o acesso de cooperados, de pessoal da Emater (ali fica o escritório) e da Prefeitura, a qual utiliza o galpão dos produtores para feiras livres e distribuição de itens adquiridos da agricultura familiar para composição da merenda escolar.

No andar térreo na rua Santo Antônio, nº 101, o depósito/comércio de fertilizantes será liberado para o Poupy, que cuidará da construção de cômodo e rampa de acesso para veículos. São previstos ainda mais dois cômodos na lateral do galpão do produtor.

O prefeito Wagner Mol/PSB estava na assembleia e afirmou não ter conhecimento de intervenções anexas ao galpão.

Ramon Brandão levantou a hipótese de que o reajuste de apenas R$ 15 mil no novo contrato - sem estudo imobiliário e de engenharia para a revisão dos espaços - ocultaria “caixa 2” na Cooperativa.

Versão de José Maria

José Maria negou a intenção de promover irregularidades, mas admitiu existência de “caixa 2” e informalidades em algumas providências - inclusive na obra de novos cômodos - , bem como a falta de estudos para respaldar o valor do novo contrato.

“O negócio embanana tanto que a gente não consegue fazer as coisas como deveria fazer, as coisas não acontecem, tem muita coisa ali que eu quero fazer que ainda não consigo”, disse ele a certa altura para revelar: a entidade “corre o risco” de ser condenada em R$ 300 mil num processo não detalhado.







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