SAÚDE

Chikungunya e suas muitas complicações

15/05/2024 13:00




Paula Reale Fernandes * Médica-reumatologista (CRM MG 64.205 / RQE 47.477)
 
Medical Center - Av. Dr. José Grossi, 194/Sala 506 - Guarapiranga - Ponte Nova * (31) 99869-8331
 
 É uma arbovirose causada pelo vírus chikungunya, transmitido pela picada de fêmeas infectadas do Aedes aegypti. O vírus chikungunya (CHIKV) foi introduzido no continente americano em 2013 e no Brasil confirmou-se no segundo semestre de 2014.

No ano de 2023, ocorreu importante dispersão territorial do vírus no Brasil, principalmente para Estados da Região Sudeste.

Até 6/5/2024, Minas Gerais registrou 75.434 casos confirmados da doença e 55 óbitos. Em Ponte Nova, tivemos 506 casos confirmados da doença e nenhum óbito.

Os sinais e os sintomas são muito parecidos com os da dengue e de outras arboviroses. A principal manifestação que a difere são as fortes dores articulares. Com potencial de evoluir para manifestações inflamatórias das juntas e até cronificar. A doença pode evoluir em três fases: aguda, subaguda e crônica.

1) Aguda (duração de 7 a 14 dias): sintomas de febre, dor e/ou inflamação das articulações (preferencialmente mãos e pés), prostração, manchas vermelhas, dor nos olhos, dor muscular, náuseas e vômitos.

2) Subaguda (duração de 15 dias a 3 meses): ocorre em cerca de 50% dos pacientes e tem um predomínio de dor e inchaço das articulações, tendinite e fadiga.

3) Crônica (mais de 3 meses): ocorre em 30% dos pacientes e é bem variável, podendo ser contínuo ou ter períodos de melhora e piora, com intensidade de dor leve a intensa.

As mulheres, pessoas acima de 40 anos de idade com muitas articulações acometidas na fase aguda, portadores de diabetes e persistência do IgM positivo, além da fase aguda, possuem maior risco de cronificar.

As medidas preventivas de controle de mosquitos transmissores, proteção contra picada e notificação precoce dos casos ainda são as principais ações mais efetivas para evitarmos a infecção e suas complicações.

Os casos com sinais de gravidade (acometimento neurológico, instabilidade hemodinâmica, dispneia, dor torácica, vômitos persistentes, sangramento de mucosas e descompensação de doença de base) devem ser acompanhados com internação.

Os pacientes que evoluem para a forma subaguda e crônica necessitam de uma avaliação mais criteriosa do ponto de vista musculoesquelético, sendo importante a avaliação e acompanhamento de reumatologista.







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