O rompimento da Barragem de Fundão - pertencente à Samarco - em Mariana completou oito anos nesse domingo (5/11). Na data que lembra a maior tragédia ambiental do país, nenhum réu responde pelas mortes das 19 pessoas que foram engolidas pelo rejeito de minério [que afetou a Bacia do Rio Piranga e a Microrregião de Ponte Nova], ressaltou nota do Movimento dos Atingidos por Barragens/MAB.
Nesta segunda-feira (6/11), a Justiça Federal de Ponte Nova interroga parte dos acusados no processo criminal instaurado a partir de denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal (MPF) contra 22 pessoas físicas e 4 pessoas jurídicas. O então presidente da mineradora, Ricardo Vescovi de Aragão, prestará depoimento nesta quarta (8/11).
Conforme agenda da Justiça, representantes das empresas Vale e BHP Billiton (sócias da Samarco no projeto minerador) devem prestar depoimento na quinta (9/11). Já a Direção da Samarco será ouvida em 13/11.
Conforme esta FOLHA já divulgou, na denúncia proposta em outubro de 2016 o MPF acusou 21 pessoas físicas de crime de homicídio qualificado com dolo eventual pela morte de 19 pessoas que foram soterradas e carregadas pela lama que desceu da barragem da Samarco, empresa controlada pelas mineradoras Vale e BHP Billiton.
O MAB organiza, desde setembro, a campanha Revida Mariana com manifestações diversas. Neste mês, transcorrem assembleias durante quatro dias (a contar de 5/11), em Brasília, para cobrar reparações socioambientais a favor dos atingidos. Estes ainda cobram maior participação popular nas discussões sobre o novo acordo de reparação, que estava previsto para 2021 e ainda não foi assinado.
A missão de reparar os danos foi dada à Fundação Renova, criada em 2016 segundo um acordo entre Justiça e mineradoras. A entidade informou, pela imprensa nacional, que já liberou R$ 32,66 bilhões em ações de reparação e compensação até agosto de 2023.