Observou-se um minuto de silêncio em todas as partidas de futebol de Ponte Nova e região, nesse domingo (29/10), respeitando-se luto pelo assassinato do presidente do América serrense, Antônio Cláudio de Souza Bellico (Claudinho), na noite dessa sexta-feira (27/10), baleado à queima-roupa pelo policial militar Rafael Marco Gama de Souza (leia aqui). Gama não fugiu do flagrante e disse que chamou a guarnição da PM local.
Na audiência judicial de custódia, ocorrida na tarde desse domingo, ratificou-se o flagrante do atirador efetuado pela Polícia Civil, transformando em preventiva a prisão em flagrante de Gama. Ele segue acautelado numa unidade da Polícia Militar, alegou legítima defesa e tem Natália Winter Duelli Rossi como advogada.
A família de Claudinho - que já foi secretário de Governo da Prefeitura serrense - contratou os advogados Moacyr Fialho Aguiar e Sherllee Nascimento de Oliveira para acompanharem o encaminhamento do inquérito policial.
Entre outras providências, os advogados requereram a anexação de todas as imagens de câmeras de segurança do entorno da cena do crime. Moacyr Fialho confirmou para esta FOLHA que pediu "o acautelamento das roupas usadas, uma vez que elas contêm vestígios do crime".
Repercussão
Segue a repercussão do crime, que já no velório teve o desabafo de Reginaldo de Souza Bellico, irmão de Claudinho: "Meu irmão foi vítima de um covarde." Espera-se o discurso, na Câmara serrense, do vereador Sebastião de Souza Bellico, também irmão da vítima. Durante o velório, Sebastião alegou, perante a nossa Reportagem, que não tinha condições emocionais para conceder entrevista.
Esta "tragédia anunciada" mereceu repúdio - também durante o velório - da advogada Michele Bellico (prima de Claudinho), do pai dela, Roberto Barbosa Bellico (também advogado e ex-prefeito serrense), e do advogado Túlio Cária.
Túlio foi mais além: ele acusou o Poder Público Municipal de não ter denunciado há tempos, perante as autoridades militares, o comportamento agressivo do PM Gama.
A cena do crime
São impressionantes as imagens de vídeo captadas por câmeras de segurança, as quais mostram Claudinho atravessando a rua para discutir com o militar - ambos apresentando sintomas de alcoolização e inicia-se a briga. Os dois lutaram num trecho escuro, onde ocorreu um disparo.
Pouco depois, Claudinho sai correndo, é perseguido pelo PM de arma em punho (ele estava à paisana e portava pistola calibre 40) e há nova discussão. Ambos caem trocando socos e, no chão, Gama atira novamente em Claudinho.