EDITORIAL

Droga e violência

19/04/2024 08:30




 Em 13/4, a Polícia Militar de Ponte Nova patrulhava as imediações da praça Estrela Dalva, no bairro São Pedro, quando às 12h40 deparou com L.V.F., 37, caminhando com sangramento na cabeça. Ela disse que seu marido, A.A.S., 52, agrediu-a com uma pedrada.

Detido em seguida, o homem negou a agressão, mas mesmo assim foi autuado na Polícia Civil. Os militares levaram a mulher para atendimento no HAG e registraram que “ambos os envolvidos tinham sinais notórios de embriaguez”.

Já a PM de Amparo do Serra prendeu, na madrugada de 15/4, V.G.O.G., 21. Ele foi acusado de esfaquear a sua companheira, N.A.S., 29, em moradia de bairro serrense, onde um grupo de pessoas consumia cocaína, maconha e crack. Tendo cortes na cabeça e nas costas, a vítima disse aos policiais militares que não se lembrava “de nada”.

Já o agressor informou que houve discussão e, sendo xingado por N.A.S., reagiu desferindo facadas. Ele fugiu do local e retornou de moto depois do socorro à mulher, mas caiu com o veículo, sendo medicado na Policlínica local e detido em seguida.

Estas duas ocorrências de violência contra a mulher, registradas em nosso site, não estão na edição impressa, mas ilustram - de forma evidente - como a dependência química exacerba a agressividade.

Como vemos, não há dúvida de que a dependência do álcool e de outras drogas é prejudicial ao indivíduo, família e sociedade, pois provoca transformações comportamentais e mudanças na consciência dos usuários, encorajando-os para condutas antissociais. Resta apelar para o fortalecimento da qualidade de vida.

Por fim, mais uma constatação: a questão causal entre droga e violência torna-se ainda mais complexa quando envolve relações de gênero. Estatísticas informam que o consumo excessivo de álcool e outras drogas afeta diretamente a cognição, a capacidade de julgamento, o humor e as relações interpessoais e está associado a cerca de metade dos casos de violência doméstica.

Percebe-se, portanto, que há muito por fazer para reverter tal realidade, já que fomenta o rompimento de laços afetivos e contribui para a vulnerabilidade social.







UID:11395761/19/04/2024 16:50 | 0